31 dezembro, 2007

Gol do Zico, filha!


28 de dezembro de 2007.

Eu soube por acaso do jogo organizado pelo Zico. Um jogo beneficente: Flamengo de 1987 contra Amigos do Zico. Como em tudo que é noticiado sobre ele, prestei atenção. A notícia foi rápida, curta, e eu apenas pude pensar que seria mais uma atitude exemplar do Galinho.
À noite, com a Gabriela no colo e a televisão ligada num canal de programação infantil, resolvi dar uma passeadinha. Surpresa: o jogo no Sportv, já nos doze minutos do segundo tempo. Nem reclamei no meu íntimo. Senti apenas um "que pena (pelo placar já estar aberto), mas tudo bem" e continuei dali. Estava 3 a 2 para os Amigos. Um jogo-festa, ritmo de treino, Maracanã com mais de 35 mil pessoas, ótimo para assistir. Fiquei entretido. Mais gols começaram a sair.
Zico recebeu a bola na área, limpou curto o zagueiro para a esquerda e colocou, a meia altura, peito de pé tocando, como num passe, a bola para as redes, no contrapé do goleiro.
- Gol do Zico, filha! Gol do Zico!
Meu peito encheu-se de emoção. Eu quase gritei como uma criança, um adolescente mais fanático, e estampei um feliz sorriso no rosto, vibrando por dentro. A Gabi me olhou, sorriu comigo, nada entendeu. Entendeu apenas que eu estava feliz, muito feliz, emocionado.
Jamais pensei que fosse ver um gol do Zico com minha filha no colo. Jamais pensei que qualquer gol do Zico, assistido a qualquer tempo e em qualquer lugar, fosse continuar me emocionando, enchendo meu peito de alegria.
Lembrei que "uma vez Flamengo, Flamengo até morrer". Posso trocar por Zico, meu querido Zico. Melhor ainda ficaria: uma vez Zico com a 10 do Flamengo, Zico com a 10 do Flamengo até morrer.
Ah, Zico, você sempre mexerá com minhas emoções. Sempre!

Pescaria


27 de dezembro de 2007.

Entrei num boteco. Lanchonete, para ficar menos ruim. O dono estava só. Um rapaz simpático que puxou conversa.
- Calor, né? Bom para estar viajando. Pescar lá no Mato Grosso... A esta hora estar no barquinho, esperando os peixes, tomando uma cervejinha...
Dei trela e emendei:
- Você sabe que eu nunca pesquei? Não consigo. Até em pesqueiro eu já fui com meu filho e nada!
- Ô, até em pesqueiro? Em pesqueiro dá quase para pegar com a mão!
- Pois é! Nem em pesqueiro... Uma vez também fui para Marília, casa de um tio, e ele nos levou para pescar num lagão. Todo mundo pescou, menos eu.
- Uma vez fomos em sessenta num barco. Tinha uns "tiozinhos" daqueles mais... experientes, assim, que pescavam com dois molinetes. Era um no barco e um na mão. E os peixes vinham! Nós pescamos das quatro às oito, mais ou menos, e eu consegui só dois peixes.
- Acho que é sorte também... As iscas eram iguais?
- Tudo! Tudo igualzinho! Vara, molinete, isca... Mas os peixes só vinham nas deles.
- Como pode, né? Acho que é sorte...
Despedi-me depois de tomar meu café. Saí pensando na conversa e comparando com a área de vendas. Vendedor fica lá de plantão, acompanhado, e tem sua vez de atender o cliente. O cliente é o peixe: circula, faz que vai morder. Alguns mordem. Bom para o dono daquela isca. Mas tem dono de vara que realmente tem sorte. Consegue vários peixes... Deve haver um segredo, uma manha, um jeito especial e diferente. Pescador não conta.
Eu sou bem preparado: conhecimento do produto, desenvoltura em negociação, conversa agradável, simpatia, marketing pessoal, entendimento da necessidade do cliente. Comparado ao pescador, talvez eu esteja com todas as "ferramentas". Mas e a isca? Também tenho, mas nela deve faltar alguma coisa, algum ingrediente, algum jeito de prepará-la no anzol, sei lá. Falta o segredo. Talvez faltem mais argumentos. Falta conhecer melhor a concorrência. Falta viajar com os sonhos do peixe. Falta ser menos técnico e mais emocional, mais artista. É, falta o show.
Eu vou conseguir pescar. E depois mais, muito mais peixes. Eu vou!

22 dezembro, 2007

Rafael


22 de dezembro de 2007.

Quando a Clau estava grávida e estávamos naquela busca de um nome para o bebê, um nome que agradasse tanto a ela quanto a mim, procurávamos também os significados. Com a Internet tudo fica mais fácil.
Já que minha família gerava praticamente só homens, era mais um menino que eu esperava. Mas meu sonho veio: uma menina, o meu amor, Gabriela. Minha alegria foi enorme quando recebi a notícia de que ela nasceria. Rafael seria o nome do menino que não veio.
Hoje, de plantão no escritório, fui ler aqueles meus blogs prediletos, coisa que anda difícil de eu fazer nos últimos meses. Passei pela Aluska, pela Sandra, pela Dija. Cheguei ao Rafael.

Tive que me segurar para não gargalhar no escritório. O Rafael sempre me diverte muito. Fiquei pensando que não é o único. Pensei nos "Rafael" que conheço. Não são muitos. Apenas três. Mas parece que são sempre figuras engraçadas. Apenas um deles, dos que conheço, é mais sério, compenetrado, tímido talvez. Fui até pesquisar na Internet, de novo, o significado do nome.

Rafael: nome de origem hebraica. Nome de um anjo. Significa "Deus cura" ou "Curado por Deus". "Companheiro de Deus". Ocupa o lugar de anjo no trono do Senhor. Indica uma pessoa paciente e perseverante, que procura beneficiar os que precisam de ajuda. Mas, ao mesmo tempo, usa de todos os meios ao seu alcance para obter sucesso e prestígio.


Ah, como é bom ter um tempo para ler, "rever" meus amigos, pensar em cada um deles enquanto leio o que escrevem, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Conheço apenas por fotos, arquivadas na própria Internet. O Rafael, coincidência ou não, é um que nem por foto conheço. Nem tudo é perfeito... As fotos são boas porque já me permitem visualizar seus rostos, pensar neles. E é bom, muito bom.
Aos amigos, saúde e paz! E um beijo enorme.

Sucesso pelos detalhes


22 de dezembro de 2007.

Já há alguns dias que recebi este texto. Meu pai foi quem me repassou. Simples e excelente, foi o que lhe enviei como resposta. Vale guardar por aqui, embora desconheça o autor e não possa lhe dar o crédito.

Um entre outros segredos para o sucesso de uma empresa... Um fósforo, uma bala de menta, um café e um jornal. Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.
Um homem estava dirigindo havia horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.
Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: "Bem-vindo ao Venetia!"
Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático. No quarto, uma discreta opulência, uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais!
Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi deliciosa como tudo o que tinha experimentado naquele local até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela!
Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: "Sua marca predileta de café. Bom apetite!" Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café. Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. "Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?" Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia.
O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor. Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.
Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas.
O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante! Isto vale também para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento). Pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia e na maioria das vezes passam despercebidos.