28 setembro, 2009

Café com charme

26 de setembro de 2009.

Difícil achar uma palavra que traduza o que sinto, mas talvez charmoso seja a melhor. Acho charmoso tomar o café da manhã fora de casa. Pode ser até um simples sentar numa padaria, em frente a um balcão qualquer e pedir um café com leite e um pão com manteiga. A chave é sentar. Sentar para tomar café demonstra que se tem tempo, que se tem um desprendimento do relógio e de compromissos. Parece que é dar um tempo para si mesmo quando se está sozinho. Parece que é um tempo quase sagrado de fazer o desjejum para se ter um dia melhor, mais feliz.
E quando se está com um jornal ou revista então? Mais charmoso ainda. Significa mais tempo disponível. Mais despreocupação com compromissos. Mais tempo para se atualizar, saber do mundo primeiro para depois viver a rotina.

É um sentimento. É algo que às vezes faço. Hoje, expresso puro e pão de queijo: quatro reais e vinte centavos.

29,4 km/hora


26 de setembro de 2009.
Entrei na Ibirapuera e a peguei desde o início. Nada como um sábado de manhã. Claro, tem seu trânsito, mas nada comparado à rotina dos dias úteis. Acho que sábado também é útil. Até o domingo.
Mas voltando à Ibirapuera, deslizei por ela a sessenta por hora. Parei apenas nos semáforos. Esquinas da Juriti, Macuco e Jacira, até entrar na José Diniz. Vieram os próximos sinais vermelhos nas esquinas da Vieira de Morais, Brasões e Alexandre Dumas. Cheguei logo onde não dá mais mão. Marechal Deodoro e Santo Amaro. Apenas uma parada na esquina da Barão de Cotegipe. Logo veio a João Dias com mais duas paradinhas para o tráfego que vinha da esquerda, cruzando e entrando na avenida: Padre José de Anchieta e Bento Branco. Viaduto e Giovanni Gronchi. Rápido. Quarenta e dois minutos até o Shopping Portal do Morumbi, 20,6 quilômetros. Agora é testar o caminho na sexta, no duro trânsito das sextas-feiras em São Paulo.
Ah, justiça seja feita: na minha volta reparei melhor o caminho e não é tão feio assim, tão pobre assim, conforme meu título do post anterior. Afinal, passo pela José Diniz que é Brooklin e Campo Belo, pela Ibirapuera que é Campo Belo e Moema...

26 setembro, 2009

Caminho pobre, caminho rico

25 de setembro de 2009.

Eu deveria ter gravado meus pensamentos. Minha volta do Morumbi foi decidida visando melhorar o tempo, pegar menos trânsito. Na semana passada o caminho foi estressante e o trânsito para lá de lento. Para ficar lento tinha que melhorar, como diria um amigo.
Direita ou esquerda? Não! Marginal, hoje, não! Vou por trás! É, vamodicuzim! Não sei porque eu pensei “por trás”, mas foi assim mesmo. A relação posterior foi uma conseqüência engraçada.
Caminho de Santo Amaro. João Dias. Visual horroroso, completamente o inverso do caminho da semana anterior quando passei por Itaim, Vila Nova Conceição, Moema. Caminho pobre - pensei. Mas... quem sabe não anda mais? Pronto, começou a ir bem. É, melhor andar sem visual do que ficar parado contemplando a paisagem concreta, chic, nobre, rica. O circuito fino é muito lento. Nem foto, hoje, dá para tirar. Nada chamativo, nada que poderá ser um registro interessante.
Uma hora cravado e eu entrando na Sena Madureira. Bom demais! Amanhã tentarei a ida por este caminho invertido. A experiência correta de se fazer é na próxima sexta-feira. Sábado não é a mesma coisa. Jamais será.

21 setembro, 2009

Conforto

21 de setembro de 2009.

A gente passa a vida fazendo coisas, muitas coisas. A gente come, dorme, acorda, trabalha, estuda, lê, escreve, conserta, estraga, repara, fala, ouve, gesticula, senta, fica em pé, se ajeita. A gente aprende a ter pressa. Engole a comida e ouve algum mais velho aconselhar que se mastigue mais. A gente corre e esquece do corpo, da postura. A gente quase sempre fica sem conforto.
Melhor é ter tempo, calma, paciência. Melhor é se ajeitar até sentir tudo acomodado. Tudo é tudo: quadril, pernas, pés, braços, mãos, pescoço, cabeça, coluna. Tudo. Melhor é mastigar sentindo o sabor. Desfrutar do momento. Sentir prazer. Melhor é bater um prego, recortar, colar, consertar, fazer o que fizer, acomodado, na melhor das posições possível. Até deitar, nada de deitar torto. Deitar para descansar o corpo. Relaxar.
Conforto. A gente deveria se lembrar dele antes dos anos começarem a passar. Ou começarem a chegar, dependendo do ponto de vista. É. Postura é fundamental e eu agora começo a descobrir o fato. Perco alguns segundos, mas ando me ajeitando melhor para os afazeres. E que bom é sentir o conforto. Que bom. E que dura é a reeducação. Que dura.