20 dezembro, 2014

Companheiros

Para início de conversa, tiro meus irmãos da história.
Minhas lembranças começam em Juiz de Fora, onde nasci e cresci nos meus primeiros seis anos. Elerson - e nem sei ao certo se é essa a grafia correta - foi meu primeiro companheiro. Sei que estávamos na mesma escola e bricávamos sempre juntos.
Marco Antonio foi meio imposto por nossas mães. Filho único, precisava de alguém que estivesse com ele. Sofria certa discriminação, mas que até se justificava: era um pouco estranho e distante. Talvez se sentisse excluído porque era o gordinho da turma.
Nesse mesmo tempo, Ricardo e Toninho. Ricardo era como o Marco, filho único que os pais paparicavam. Para que não estivesse só, eu era levado a vários passeios, cinema e coisas assim. Mas eu gostava mais mesmo era do Toninho. Sempre foi o mais chegado, ele e o Paulo de quem lembrei só agora.
Houve também o outro Paulo, o loiro. Perdeu os pais em um mesmo acidente. Sempre me lembro dele quando vejo seu sobrenome em uma loja lá no centro ou quando passo em frente ao Osnyr Hamburger. Não me esqueço de quando me pagou um lanche de lá. Imagine, dois meninos apenas em uma lanchonete e um deles pagando a conta. Inesquecível.
No colegial, Marcello. Éramos quase sempre vistos juntos e até depois, já com Iara e Graziela na história. Anos depois encontramo-nos, eu com o mesmo calor e sentimento, ele distante pelos anos que passaram.
Johnny se afastou depois que comecei a namorar com a mesma Cláudia que o havia dispensado, mas era um bom companheiro. Fiquei com o Marcelo e o Milton. Passamos juntos, bem juntos, todos os anos da faculdade.
José Antonio era meio seco, mas nos divertíamos muito. Marcos foi bem próximo também, mas dessa época o mais chegado foi o Pérsio. Talvez esse seja o símbolo maior desse texto.
Depois vieram Cadu e Rodrigo, nessa ordem. Solitário e chegado depois, Rafael. Três garotos, de uns anos distantes da minha idade.
Amaral, meu amigo jornalista. Turra, da mesma época.
Foram-se todos. Passaram pela minha vida e eu os amei como a irmãos.
Agora voltando a eles, excluídos no início do texto, foram cada um a seu tempo os meus mais próximos amigos.
Hoje tenho Gabriela, minha filha e companheira fiel. Espero que não se vá com o tempo e que, como diz a música, não me esqueça num canto qualquer.
Para terminar, sexo só é bom quando a mulher quer. Antes do ponto final: ela pode querer por estar mesmo querendo ou pode ser instigada a querer, não? É.