19 novembro, 2011

Os meios e as mensagens


Os meios e as mensagens

18 de novembro de 2011

NELSON MOTTA - O Estado de S.Paulo
Na adolescência fui um leitor apaixonado de ficção científica, viajava para cidades futurísticas em astronaves interplanetárias com armas mortíferas, o radinho de pulso do Dick Tracy era o máximo da tecnologia, só depois viria o telefone com imagem dos Jetsons. Mas nunca li ou ouvi falar de nenhuma fantasia semelhante a uma caixinha chata com uma tela, um teclado e uma câmera, em que se falava com qualquer um no mundo inteiro, de graça, e ainda se via filmes, fotos e quadros, se ouvia a música que se quisesse, se lia e se dava opinião sobre tudo, se comprava o que o seu crédito suportasse. Seria absolutamente inverossímil e risível, sem nenhuma base científica, nem um adolescente idiota do final dos anos 50 acreditaria.
Na juventude distante fui um leitor entusiasmado de pensadores anarquistas, Bakunin, Proudhom, sonhando com um império da liberdade e da responsabilidade individual, com o fim do Estado como pai, mãe, patrão, ou religião. Para Proudhom, ser governado era "ser observado, fiscalizado, controlado, numerado, doutrinado, avaliado, punido, autorizado, taxado, explorado, corrigido, licenciado, comandado - sob o pretexto da utilidade pública - por criaturas que não têm o direito, nem a sabedoria e nem a virtude para isto".
Ainda vale o escrito, mas o que Proudhom pensaria no mundo da internet, com sua liberdade sem limites e sem controles do Estado, de monopólios ou burocracias partidárias? Os velhos anarquistas aposentariam as bombas e alistariam hackers libertários?
E Marx? E Freud? E Jung? Que teorias teriam desenvolvido em um mundo com essas liberdades e possibilidades, com o planeta todo interligado e interagindo, sem intermediários, como nem a mais delirante ficção científica ousou oferecer? O que escreveriam Machado de Assis, Eça de Queiroz e Proust com um Google? Que filmes o adolescente Glauber Rocha faria com uma câmera de celular? O que Camões, nas caravelas com seu laptop, postaria em seu blog Lusíadas.com, hospedado em uma nuvem à prova de naufrágio? Que Ilíadas e Odisseias Homero digitaria em seu tablete roubado dos deuses do Olimpo?

15 novembro, 2011

Memórias em metáforas


15 de novembro de 2011.

Bem ali, perto dos lagos gêmeos de claras águas, duas meninas brincam felizes. São irmãs. Uma pequena, uma nem tanto assim. Brinquedos, desenhos, estórias ocupam espaço no cotidiano da menor. A outra, como diz a música, já está enjoada da boneca, com aquele sinal de que o amor já chegou ao coração... Olha-se no espelho das águas, posa, dança, faz charme.
A erosão leva a terra aos poucos, cava sulcos que não existiam, degraus a serem transpostos. O caminho para leste ou oeste leva ao pé das montanhas. O algodão já começa a tomar conta ali de baixo e promete subir o morro. É sempre assim: o algodão toma o morro e quando se vê já é um belo tapete branco.
O tempo passa, vai embora, e nem se percebe. Os dias são vividos, as memórias ficam próximas e apenas os detalhes se perdem. Dia desses esqueci da sétima garota, a Maristela. Quase imperdoável. Tive que voltar e reescrever, acrescentando seu nome, é claro. Uma memória sem ela estava falha, faltando um pedaço que, ainda bem, depois encontrei. A Maristela também brincava com outras seis amigas perto daqueles lagos. Cantavam, dançavam, sorriam.
Ah, esses lagos gêmeos de claras águas!

08 novembro, 2011

Dois segundos

8 de novembro de 2011.


Olhamos para as pessoas na rua, para o movimento, para prédios, árvores... Especificamente quando olhamos pessoas, vemos que pessoas também nos olham. O olhar, porém, é interessante. Quando apenas se cruzam, acaba, parece que nem se registra na memória. Quando se cruzam e permanecem um no outro, outro no um, ah, aí deve ter havido alguma coisa diferente. Pode ser coisa de dois segundos, pouco mais talvez, mas quando se fixam os olhares... Algo chamou a atenção. Algo agradou.
Parece coisa de adolescente, mas acontece em qualquer idade ao que tudo indica...
Hoje aconteceu. Passou. Aqueles dois segundos, porém, perturbaram um pouco. Passou.

05 novembro, 2011

Escola de charme?

5 de novembro de 2011.
Existe alguma escola de charme?
Aquela menina que agora é moça passou por ela enquanto crescia.
Saiu linda, com andar de bailarina, óculos de sol, desfilando com o cachorrinho. 
Não eram ainda nove e meia da manhã.
Cena de início de dia ensolarado.  Encantadora.

03 novembro, 2011

Segundo o teste da Superinteressante...





2 de novembro de 2011.
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É. Segundo o teste de personalidade publicado pela revista Superinteressante, eu sou assim.
Eu adoro fazer teste, responder pesquisa... ver o resultado também, claro!
Parece que eu sou bonzinho mesmo.