29 julho, 2009

Ruy Castro

"Eu trabalho muito, na verdade, até hoje. Meu objetivo realmente é me aposentar, me converter à vagabundagem, passar os próximos anos sem ser visto de calça comprida, entendeu?"
Ruy Castro, Rádio CBN, 25 de julho de 2009.

25 julho, 2009

Aquela mulher...


22 de julho de 2009.

Eu estava distraído. Olhos baixos. Quando levantaram-se, lá estava ela. Aquela mulher acompanhada da mãe. Ela colocou a mão em um de meus produtos. Mostrou. Sorriu. Brilho nos olhos. Palavras baixas, sussurradas quase.
Aquela mulher pensou em mim. Aquela mulher sentiu no peito um amor adolescente. Aquela mulher dedicou a mim uma música. Quando ouço, lembro dela. Aquela mulher deu a mim a sua mão. Passeou comigo. Escondeu-se comigo. Nenhum beijo na boca. Ficou apenas na minha vontade.
Eu descia a rua com meus olhos fixos em sua janela. Esperava que ela aparecesse e me desse um adeus com a mão direita. Às vezes acontecia. Um, dois, três segundos. Entrava em casa com um sorriso e com meu coração explodindo. Escrevi a ela sobre meus sentimentos. Aquela mulher...
Cresceu feia. Está linda. Madura. Linda. Charmosa. Aquela mulher de quarenta e três anos.
Foi embora e levou meus olhos. Foi embora e me deixou com as lembranças. Foi embora e me fez caminhar muitos anos para trás. Trinta e um anos. Foi embora aquela mulher, minha primeira namorada que, dizem, é difícil de esquecer. Márcia Helena, aquela mulher.