15 setembro, 2012

Mesmos passos

15 de setembro de 2012.
Não posso dizer que o amor é seletivo, que seleciona apenas uma parcela do mundo para que o viva. Não. Ontem mesmo passei pela avenida Paulista e bem ali no canteiro central, no meio do trânsito das vinte e duas horas, um casal sorria para a câmera em fotos que comporão seu álbum de casamento. Fiquei pensando: "sejam felizes". Até quando? Incalculável, medida desmedida, sujeito a margens de erro.
Não disse antes, mas já me fiz entender: falo do amor entre homem e mulher. Existe, eu acredito. Eu já amei e já pensei que amava. Já fiz de tudo, já me entreguei, me joguei... Machuquei também. Abri mão de ideias, de pensamentos, de princípios até. Abri mão de vontades, de relações. Foi acerto e foi erro. Vejo hoje que foi mais erro que acerto. Segui os mesmos passos que julgo ter caminhado minha mãe. Sim, e cheguei ao mesmo extremo. Terminarei, quem sabe, melancólico.
Li e publiquei em outro espaço, dia desses, sobre um pensamento e um modo de vida diferente. Um dia, o sujeito chegou a uma determinada conclusão, encarou a realidade e não recuou, não se anulou. Seguiu por aquele caminho, mesmo que contrário a tudo o que seja considerado normal e aceitável. Ponto. 
Mas, voltando ao amor, o de pai para filhos talvez seja o mais forte que se possa viver, sentir, narrar. Talvez seja o que preenche melhor a vida, aquele que alimenta, que alegra. Por ele pode-se dizer "eu me entrego". Filhos também decepcionam, entristecem, preocupam, mas será que quebram o amor de pai? Sim, sei que sim dado a grandeza do mundo, da enormidade da população. Sei que há pais de coração quebrado. Eu, porém, amo meus filhos. Os três, muito, demais. É o amor que me sustenta, que me emociona, que me faz sorrir e querer viver mais.