11 agosto, 2006

Ministeck


11 de agosto de 2006.

Eu nunca esqueci de três dos brinquedos que ganhei quando criança. O boneco do Toppo Giggio foi quando eu tinha apenas três anos e operei as amídalas. Este eu ainda tenho guardado. Participou de muitas brincadeiras e era sempre um milionário feliz. O Vertiplano, um helicóptero que salvava uma vítima de naufrágio em um bote no meio do mar (haja imaginação), que não sei quando ganhei. E o Ministeck, que não posso chamar de jogo e que talvez se assemelhe mais a um quebra-cabeça. Este vinha com uma tela toda furadinha e milhares de peças coloridas de diferentes formatos, todas retangulares ou quadradas. E o negócio era montar, com aquele monte de pecinhas, alguma imagem na tela branca. Lembro que segui uma das imagens da caixa, a de um marinheiro ou capitão de nau com um cachimbo na boca. Coisa demorada para montar, mas ótima para quem tem paciência e aquela veia artística.
Lembrei disto porque assisti aos filmes super-8 que meu pai transformou em DVD. O Ministeck aparece lá no Natal de 1974, dado pelo Noel Eduardo. Naquele ano eu não abri meu brinquedo na sala do meu avô. Diversão foi com os primos. O meu brinquedo ficaria para mais tarde, na minha solidão e no meu quarto, de preferência. Foi o melhor que já ganhei. Melhor em entretenimento, em prazer, em orgulho depois de chegar finalmente no resultado. Que saudade!

09 agosto, 2006

O segredo do café


8 de agosto de 2006.

Penso que nem todos conhecem, mas a Nestlé lançou, há um tempo atrás, o Nescafé em sachê. Veio em uma embalagem com uma caneca grátis, uns trinta sachês. Já comprei duas destas embalagens.
Para preparar basta ferver a água, jogar o pó e misturar. Ah, e o açúcar para quem gosta, o que não é o meu caso. O sachezinho já vem com a quantidade certa de café para apenas uma pessoa, ou uma xícara.
Bem, um dia, não sei bem quando e nem há quanto tempo atrás, fiquei pensando: se a água entra em ebulição (começa a ferver) a cem graus Celsius, como conseguimos, logo em seguida, colocar o café na boca? Será que o equilíbrio térmico entre a xícara fria e o café quente é conseguido em pouquíssimos segundos? Depois ainda entra a colher fria que mexe a mistura. E qual será a temperatura final deste equilíbrio?
Pensamentos de quem não tem o que fazer enquanto a água ferve...

P.S. como a foto é minha, vale como ilustração, mesmo que se trate do preparo de um expresso.

08 agosto, 2006

Expressões...


8 de agosto de 2006.

Acho que foi sábado quando decidimos ir a uma churrascaria, como há muito não íamos.
Duas mesas para lá, um casal oriental com cinco filhos. Cinco! A Clau foi quem me chamou a atenção.
Logo depois que a grande família saiu, saímos.
Enquanto esperávamos o manobrista com o carro, estava lá a família sentada, as crianças brincando. O carro deles chegou primeiro. Depois que o pai deu a partida:
- Bando de filho desses o cara tem que ser pescoço grosso! - comentou um dos manobristas.
Começamos a rir pelo jeito que falou e pela expressão por nós desconhecida. Dá apenas para deduzir o que seja... Se alguém souber me conte.
Rimos muito. Eu, pelo menos, ri muito. Parecia bobo.

04 agosto, 2006

Descomportados


4 de agosto de 2006.

Às vezes penso que tenho algo de anormal. Explico: a música não me faz falta. Mais: exceto sertanejo, samba, pagode e axé, ouço qualquer coisa, mas penso que música tem relação com o momento. Há momentos em que o melhor é um rock pesado, há momentos em que é a romântica, e em outros a pop, a MPB e por aí vai. Mas, volto a dizer: a música não me faz falta. Eu gosto, mas fico sem.
Muitos que possam ler isto talvez pensem mesmo que tenho algo de anormal. Sim, porque há muita, muita gente que não vive sem um som. Acordam com um rádio ou cd, andam com um fonezinho no ouvido, trabalham ou estudam com música. Chega a ser um vício.
Bem, mas o que quero escrever não é nada disto.
Acho que só ouvi no dia seguinte, uma terça-feira, dia 9 de dezembro de 1980. Na noite anterior morrera John Lennon, assassinado. Eu, com meus apenas 14 anos de idade e desligado do universo musical, penso que nunca nem ouvira falar de Lennon. Dos The Beatles sim, claro, mas não sabia nem os nomes dos componentes da banda.
Naquela terça-feira só se ouviu Lennon: rádios, tevês, talvez até fitas cassete. E eu ouvi também, durante todo o dia, e percebi que gostava do sujeito, sem nem saber mais sobre ele e sua música. É, eu sou daqueles tipos que gosta da música mas nem sabe quem está cantando ou tocando.
Resolvi gravar. Peguei meu gravador, montei uma fita e passei a ouvir Lennon. Lennon com os The Beatles, Lennon solo.
Um dia estava em meu quarto, ouvindo a minha fitinha, capa com a cara de Lennon, quando meu pai entrou. Perguntou o que era aquilo.
- John Lennon.
- E você gosta disto desde quando?
- Ah, eu gosto.
Ele fez uma cara feia e saiu. Parece que não gostou do meu gosto, mas nada mais falou.
Os anos passaram e fui conhecer quem foi Lennon. Acho que entendi o porquê de meu pai ter feito aquela cara. Ele sempre foi muito tradicional, certinho, politizado, e sei lá o que mais poderia dizer. Lennon foi várias coisas contrárias às suas convicções: o mais rebelde dos Beatles, polêmico em suas entrevistas e comportamento, casado mais de uma vez, nu em uma capa de disco, protagonista do Bed-in, autor de uma frase em que se dizia, junto com os Beatles, mais famosos que Jesus Cristo, e mais coisas, talvez muito mais.
Penso que gosto de uma rebeldia, dos rebeldes, dos bad-boys. Depois deste primeiro, caiu em meus gostos Madonna, e isto se ficarmos apenas na música. Adoro Madonna.
Outros descomportados: Maradona, Romário, Edmundo, Pernalonga, Tom e Jerry, Papaléguas, Renato Mendes, Nazaré, e até a Leona, ultimamente e para reduzir a lista.
Que coisa!

02 agosto, 2006

Republicação

2 de Agosto de 2006.

Resolvi republicar o "Tempo, Pensamentos e Dedos - 1", aquele que está lá no My Blog, do Click 21. Mas, é claro, resolvi republicar por aqui, no Blogger.
Bem, conclui-se que estou feliz com este espaço por aqui.
...
Novos textos continuarão a ser postados. Procurarei não abandonar o meu "Tempo 2".
Beijo a todos.