11 novembro, 2006

Um olho no peixe...


11 de novembro de 2006.

Alguns dizem “um olho no peixe e outro no gato”, outros “um olho na frigideira e outro no gato”.
É assim que trabalha o ambulante do post anterior ou, melhor explicando, o que vende mercadoria ilegal. O olho no peixe é sua atenção ao cliente e ao seu próprio negócio. O olho no gato é sua atenção à chegada da Guarda Civil Metropolitana: hora de desmontar a banquinha.
Isto é uma forma de viver perigosamente, é adrenalina.
Fiquei pensando em como sabem a hora da polícia. A gente, que fica por ali observando, não entende como em segundos a banca é desmontada. A gente, que é leigo neste cotidiano, olha e olha e nada vê. Onde estão os policiais? Mas eles chegam mesmo, e em menos de um minuto após o sumiço do comércio ilegal. Mas como o camelô vê o que eu não vejo? Será que trabalham em conjunto, com sinais ou informantes? Como será esta comunicação? Se houver, trata-se de uma rede e das muito bem montadas. Ou será apenas uma cegueira da minha parte e pensamentos de quem assiste a muitos filmes?
Coisa de maluco.
Mas, de qualquer forma, esclareço que não sou contra o trabalho informal. É fruto das políticas do próprio país. Fazer o que? E quem já não comprou um CD pirata, ou um DVD, ou até uma água, ou refrigerante, ou balinhas no trânsito? Eu já.