06 janeiro, 2007

A nova linguagem escrita


6 de janeiro de 2007.

Herança do meu pai: gostar de escrever, gostar da língua portuguesa, gostar de ler quem escreve bem e coisas interessantes. Não gostar de textos mal escritos. Lamentar a qualidade do ensino brasileiro. Lamentar o fato de tantas pessoas não gostarem de ler. Pensar que ler muito ajuda a aprender a escrever, ajuda a cultura pessoal. Falar pouco, escrever muito.
Aí veio a Internet. Com ela, os bate-papos. Com eles as novas abreviações, novas palavras. Coisas difíceis de se compreender até.
Mas, de que adianta espernear, arrancar os cabelos, gritar que é um absurdo o que estão fazendo com a linguagem escrita? Infelizmente é um caminho sem volta. Há uma nova linguagem escrita e fico pensando como andam as escolas agora. Será que os alunos, nas provas e trabalhos escolares, escrevem “naum”, “aki” e todos os parentes destes? Será que a forma de escrever vai mudar? Até quando sobreviverá o jeito que aprendi a escrever? Como se comunicarão pela escrita os jovens com os velhos e vice-versa?
Ontem, por acaso, interessei-me por um filme que passaria no Telecine: Sociedade Secreta. Esperei. Chegou a hora. Vi um logotipo “Cyber Movie”. Na verdade já vira em algum anúncio, mas nem imaginei o que seria. Talvez apenas mais um título de programa como Sessão da Tarde ou Vale a Pena Ver de Novo... Mas não era.
O filme começou e vi as legendas em linguagem de bate-papo da Internet. Não acreditei. E agora? Será que vou entender? – pensei. Eu nem conseguia ler toda a legenda. Eu levava muito tempo decifrando algumas palavras. Dormi. Já era madrugada e meu esforço estava além da energia para a hora.
Triste. Mas, como já disse, não adianta lutar contra. É esperar para ver o que será o breve futuro.