27 dezembro, 2006

Sem hora, em qualquer lugar


27 de dezembro de 2006.

Eu sempre fico pensando na diversidade de coisas que as pessoas fazem, nos horários que cada um tem diferente, nos passatempos, nas obrigações, no tempo que cada um gasta com infinitas atividades...
Às vezes vejo fotos de mil lugares que fotografei. Penso em quem está lá agora, no que está fazendo, no movimento do momento. Sou louco? Quantas vezes não gostaria de eu mesmo estar ali mais uma vez...
Quando morava em prédio, ou mesmo quando chego na janela do apartamento da Sueli, fico olhando as outras janelas. Há luzes acesas e apagadas, há abajures, mesas, televisão ligada e quantas no mesmo canal, pessoas que andam e procuram objetos, vêm e vão da sala ou do quarto. Uns já jantaram enquanto outros preparam a mesa. Há os solitários e os acompanhados. E quantos acompanhados estão também solitários...
Uns assitem à TV, uns lêem jornais, revistas ou livros, uns teclam no computador, uns jogam xadrez ou qualquer jogo de tabuleiro, uns brincam com as crianças, outros contam histórias, uns conversam animadamente, uns se calam e apenas riem, uns pensam em sair para a noite, para um jantar ou uma balada, uns só vêem a cama à sua frente...
Alguns acordam cedo, muito cedo ou mais ou menos cedo, outros tarde, muito tarde ou mais ou menos tarde... Aliás, o que é cedo e tarde? Depende da vida de cada um, dos afazeres, dos compromissos, das pessoas que o esperam... Ou não.
Cada pessoa pode cantar, dançar, descansar. Precisa apenas de um motivo.
Eu leio, escrevo, assisto, ouço, crio, brinco, acaricio, beijo, transo, amo, como, bebo, dou banho, seco cabelos, blogo, invento, admiro, estudo... Quantos verbos, quantas ações!
Eu vivo. E prefiro viver sem hora, sem programa, sem ordem mesmo sendo organizado. Eu gosto de viver a vida como ela é.