16 dezembro, 2006

Frases que a gente nem percebe


16 de dezembro de 2006.

Minha irmã era apaixonada pelo Fábio. Ele era um cara realmente bonito, além de ser simpático, bom de coração, determinado. Todo mundo gostava dele.
O Fábio tinha um sonho: ser ator da Rede Globo. E foi em busca de seu objetivo. Largou em São Paulo a família, pais e irmãos, e foi para o Rio. Ah, e largou aqui também a minha irmã com o sonho de um namoro.
O tempo corria e nada. Visitava a família de vez em quando, talvez uma vez por mês, em um dos finais de semana.
Mas por que me lembrei do Fábio? Porque, em uma das milhões de sala de espera que existem, encontrei uma velha revista Go Where?, número 51, do ano de 2005. Lá, no meio de uma entrevista com Clodovil Hernandes, algumas frases soltas, até um pouco fora do contexto:
“Agora, a única coisa que não sei lidar é com a hipocrisia do convívio no meio tão escravizante como a televisão. Hoje em dia todo mundo quer ser artista de televisão e não é difícil, basta transar com alguns diretores poderosos e pronto. Não gosto do meio, não acho que seja um ambiente... Olha, se tivesse um filho hoje em dia, ficaria muito preocupado...”
Pois é: um dia a mãe do Fábio contou para a minha que ele estava prestes a conseguir seu sonho, o de atuar numa novela das oito. Para isto, porém, recebeu uma proposta como a descrita por Clodovil. E foi mesmo de um dos poderosos diretores da Globo. Era transar e entrar na novela. Fácil assim.

Até hoje o sonho do Fábio continua a ser sonho. Nem sei se já desistiu.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Se for verdade, ao olharmos os atores, devemos pensar que eles também fizeram o famoso teste do sofá??????

5:48 PM  
Blogger Unknown said...

Talvez seja quase certo que sim... Além da história do Fábio, não é intrigante ver estas palavras do Clodovil alguns anos depois?

10:44 PM  

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