06 dezembro, 2006

Microcontos de minha infância


6 de dezembro de 2006.

Mencionei no post anterior que há algumas histórias que me foram contadas e que não são lembranças próprias de alguns acontecimentos da minha infância. Contaram a minha mãe, o meu pai, a minha avó, a minha tia... De qualquer forma eu sou o personagem.

No dia 9 de abril, véspera de meu nascimento, minha mãe passou a tarde sob laranjeiras e laranjeiras. Nasci mijando laranja lima. Brincadeira, esta.

Minha mãe tinha um cachorrinho quando nasci. Penso que meu pai não gostava muito, como até hoje não simpatiza com eles, os cãezinhos. Como virei o centro das atenções, contam que morreu de desgosto. Será?

Aos três anos de idade eu já sabia escrever o meu nome completo. Meu pai fotografou para provar e afirma que ninguém ajudava.

Aos três anos de idade, após operar a garganta e acordar da anestesia, já fui descendo da alta cama do hospital.
- Edmarzinho, você ainda não pode sair da cama!
Dei um pulo de volta e caí do outro lado, no chão.

Aos três anos de idade, em algum lugar, talvez um parque de Juiz de Fora:
- Olhe, meu filho, o Porquinho da Índia!
- Mas cadê a índia???

Sempre tive bom faro. Se minha mãe estava cozinhando feijão então, eu não só sabia como ficava esperando o desligar do fogo. Eu comia cuias e mais cuias de feijão sem tempero, sentado na janela. A vizinha ficava impressionada.

Quando me perguntavam, como a muitas crianças se pergunta:
- O que você vai ser quando crescer?
- Palhaço e soldado! - a resposta era rápida e convicta.
Bem, palhaço eu sou um pouco. Também me fazem de palhaço de vez em quando. Só faltou me profissionalizar...