15 janeiro, 2011

Sentimento de morte

14 de janeiro de 2011.

Eu ia sair para fazer uma entrega em Perdizes. Olhei para minha filha e encontrei o seu olhar. Mandei-lhe um beijo discreto e sorri. Pensei: eu AMO você, filha! Naquele mesmo instante senti como se não fosse mais vê-la. Um sentimento estranho, como se eu fosse morrer e não voltar mais.
Fui. Lembrei e fiquei me lembrando da cena pelo caminho. Imaginei como o Lukas e o Sylas receberiam a notícia da minha morte. Apesar do calor, fechei o vidro da janela do carro num semáforo. Olhei pelo retrovisor, encostei com conforto no banco.
Fiz o que tinha que ser feito e coloquei-me no caminho de volta. A noite parecia escura, mas vi o que ainda não tinha visto. Duas vezes. A lua estava pela metade no céu e o coelho estava de cabeça para baixo. Eu nunca tinha visto o coelho naquela posição...
Cheguei em casa. Olhei para minha filha e ela me olhou. Foi apenas um sentimento.